7 de outubro de 2012



Meus avós.

Meus avós marcaram muito minha vida, mesmo por pouco tempo, trago nítido na lembrança o jeito sério e firme do meu avô. Ele era muito conhecido pela região, por ser ferreiro e mesmo com a idade avançada não deixar de atender quem o procurasse para consertar alguns utensílios. Quando eu ouvia aquela máquina estranha, barulhenta e que soltava faíscas funcionando, eu corria para ver meu avô trabalhar, ele geralmente era ranzinza e não gostava de ser contrariado, mas 
sempre me tratou com carinho e muito amor. 

Para todos em Caio Prado, meu avô era o senhor Manuel Ferreira de Paula, homem de palavra e de personalidade forte, mas para mim ele era o meu querido e amado Pai Manuel, o qual não tive a oportunidade de conviver mais do que nove anos, mas mesmo assim nunca esqueci das tarde quando ele ligava o seu já velhinho radio de pilhas, ele podia ouvir as novidades que moviam o mundo que ele conhecia, e depois debater com seus vizinhos sobre vários assuntos. Logo depois ele pegava a sua bengala de madeira envernizada e com uma espécie de porca de parafuso na ponta se dirigia para porta da casa e olhava para o céu, para a ponte e o rio de Caio Prado, não sei o que ele pensava naqueles momentos, mas eu o admirava muito.



Minha avó era uma mulher muito dedicada ao marido, aos filhos e a sua casa, não tenho lembrança dos meus avós discutindo, meu avô ficava zangado vez ou outra, mas minha avó era a paciência em pessoa, ela costumava criar galinhas no quintal e quando nasciam os pintinhos, eu queria brincar com aquelas “bolinhas amarelas”, mas ela não deixava. Ao lado da casa tinha um espaço onde ela plantava várias plantas medicinais, que ela chamava de quinta, no meio do quintal ela tinha um canteiro que não deixava faltar pimentão, tomate e cheiro verde, ela sempre usava como tempero na comida que fazia em seu velho fogão a lenha e suas panelas de barro. 

Meu avô sentava em um pilão de madeira que ficava na cozinha, ele colocava um banco de madeira e um de couro em sua frente e minha avó o servia, mesmo ele tendo uma mesa com oito cadeiras na sala de jantar. Após o almoço, os dois tinha o hábito de deitar, ele na cama e ela em uma rede do lado, às vezes eu ouvia meu avô dizer o nome da minha avó e perguntava onde ela estava e ela respondia eu estou aqui meu velho. 

Pouca gente ainda lembra, daquele casal de velhinhos que morava na rua nova em Caio Prado. Para aqueles que conheceram a dona Laura Ferreira de Paula e senhor Manuel Ferreira de Paula, fica aqui essa singela homenagem aos meu avós queridos, amados e eternos em minhas lembranças. Muitas saudades da Minha Mãe Laura e Meu Pai Manuel.  

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